domingo, 15 de novembro de 2009

Carnaval





O que é, onde acontece e quem participa todo mundo já sabe...


Uma festa de origem pagã que acontece mais ou menos uns quarenta dias antes da Páscoa e que envolve milhares de pessoas em sua construção também não é novidade. Mas o trabalho que é feito antes dos holofortes serem ligados e as cuícas soarem e que não é visto que precisa ser divulgado e estudado.


São meses e meses de trabalho intenso. Escolha de temática, desenho de figurinos, projeção de carros alegóricos, escolha de samba-enredo, seleção de materias - e muitas vezes escolha e recriação de artigos e materias de maneira a adaptá-los ao tipo de temática - confecção de esculturas e pinturas... E tantas outras coisas. Um trabalho árduo e que nem ao menos é consderado arte pela maioria dos críticos.


Lendo o site: http://aguarras.com.br/, encontrei o seguinte artigo sobre carnaval ser ou não arte.


No início do século XX acontece o surgimento das “marchinhas”, que são músicas de espírito brincalhão, repetidas pelo povo na alegria e brincadeira de rua. Com o surgimento da escola de samba Deixa Falar, que posteriormente se tornou a Estácio de Sá, o carnaval passa a assumir o formato tem hoje, de desfile de escolas de samba, mega-evento carioca, famoso em todo o mundo e que já tem em Sâo Paulo uma “derivação” de formato. Pois, no norte e nordeste do Brasil permanecem algumas das tradições portuguesas que, com influências indígenas, africanas (na Bahia, por exemplo) e de outras culturas, foi tomando outros formatos, já consagrados pelo gosto popular brasileiro.
No aspecto cultural o tema carnaval é, sem dúvida, um oportunidade ímpar de desenvolvimento de trabalho e/ou estudo arte-educacional. Basta ver o número de teses que existem sobre cultura e arte popular, escolas de samba e carnaval nas universidades brasileiras. O trabalho educacional de alguns projetos desenvolvidos em torno das comunidades das escolas de samba também é exemplo de utilização positiva do tema em arte-educação.
O carnaval ainda escancara a capacidade e produção artística popular do povo brasileiro e explicita a existência da educação não-formal no espaço carnavalesco, bem como auxilia a construção de identidade artístico-cultural do povo brasileiro. Isso tudo sem nem mencionar o grande teatro que é, em essência, o carnaval! Um dos mais respeitados artistas da Pop Art, o inglês
Richard Hamilton, destacou as qualidades que considera ideais para que uma obra de arte possa pertencer à atualidade: transitoriedade, popularidade, sensualidade, humor, glamour, esperteza, jovialidade, produto de massa, e alta rentabilidade financeira (RICHARDS, Hamilton – Pop Art in Concepts of Modern Art. Londres). Será que ainda resta alguma dúvida sobre a questão do Carnaval ser ou não arte?

Um comentário:

  1. Este texto é de minha autoria e foi publicado no Aguarras, onde escrevo. Não autorizei a reprodução dele, muito menos a retirada de meu nome como autora. Favor referir o crédito de autoria corretamente.

    Obrigada
    Jurema Sampaio

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